terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Franciso José Rufino da Silva, um brasileiro

Sr. Francisco José Rufino da Silva (foto: Gustavo Rocha)


Tenho que fazer um pequeno comentário sobre o que ocorreu comigo. Por mais que seja um simples ato, é inusitado vale a pena mencioná-lo. Estive na Barra da Tijuca a convite de um amigo para comer um peixe que ele tinha pescado. Como ainda não tem metrô, a única opção fica com o coletivo mesmo. Tudo bem, comi o peixe (que era muito bom), batemos papo, jogamos conversa fora e coisa e tal, e voltei só à noite. Nada de mais.

No dia seguinte uma surpresa. Recebi uma ligação bem estranha, de um sujeito que informava que tinha encontrado "uma bichinhazinha assim" no ônibus à noite e tinha encontrado o meu número nesse negócio e queria me devolver. Tudo muito estranho. Após colher mais informações desse sujeito, que se mostrava disposto em querer ajudar, consegui entender que a bichinhazinha não se tratava da Lacraia, que ele tinha conhecido no ônibus, e sim de uma pen drive que de fato era minha!

Sabe-se lá Deus como! Realmente eu carregava uma pen drive de 4 giga com uns arquivos relevantes dentro da minha mochila quando peguei o ônibus de retorno. O senhor Francisco José Rufino da Silva, morador de Rio das Pedras, e porteiro noturno em um prédio na Avenida Atlântica, estava contemplando a vista da praia quando viu no chão do ônibus, um saco plástico e em cima dele a minha pen drive. Ele não sabia manuseá-lo, tampouco falar o nome daquilo, mas tinha certeza de que era algo de informática e de certa importância.

Convicto de não se apossar das "coisas dos outros" até ter a certeza de que ele iria encontrar o dono, pediu a um colega que faz um "bico" com ele em uma "imobiliária" na comunidade. Júnior, o tal amigo plugou no PC da "empresa" e nele encontrou os meus contatos, assim foi como ele fez a tal ligação estranha pra mim.  Ele me disse que sabia que o dono poderia estar preocupado em ter perdido aquele, e achou de suma importância entregá-lo de volta seja para quem for.

Encontrei com ele em seu local de trabalho. Disse que estava preocupado achando que eu não iria de encontro buscar o que era meu. Foi ai o meu espanto. Ao conhecê-lo mostrou ser um homem de respeito, honesto, de família e trabalhador. Chegou a mencionar brincando que a filha dele chegou a pedir para ela o pen drive como presente. Ele a reprimiu e informou que só daria quando ele tivesse a certeza de que não encontraria o dono. Azar da filha dele. Ele encontrou. Um ato tão simples e tão valoroso. Por que os nossos políticos, e nossa polícia não pensam assim?

Como forma de gratidão, e no intuito de que esse gesto sempre se propague, ofereci-lhe uma camisa novinha. Sr. Francisco ficou muito surpreso e feliz com a lembrança. Agradeceu muito, ainda se colocou à disposição para o que eu pudesse precisar. Muito humano, muito simples, muito bom! Só para ficar registrado um ato de bondade. E agora aprende, se andar com uma pen drive importante, feche bem a mochila, ou então, coloque o seu telefone nela que pode ser útil.... ou não.

1 comentário:

  1. Simplesmente ducaralho. Parabéns seu Francisco!!!

    Tu deu sorte, hein playboy rsrssr.

    Abç!

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