sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Reggae Em São Paulo

Visão frontal do palco do Estância do Alto da Serra aonde ocorreu o festival Sunsplash (foto: M. Max)
  



      Estive presente no último domingo no "Sunsplash One Life Festival 2011" em Riacho Grande, São Bernardo do Campo - São Paulo. Segundo os organizadores, "o maior festival de reggae da América do Sul". Realmente parecia ser. O local do evento chamado de Estância Alto da Serra é um reduto "country",  que além de funcionar para eventos, é uma churrascaria que assam o boi inteiro!  Coitado, só de pensar no boizinho lá girando, dá uma pena... quase que da pra virar vegetariano..... quase...

       Ao chegar ao local, veio o primeiro baque. Vinte reais o estacionamento! O local era de terra batida, não tinha manobrista, não tinha nada. E o mais curioso, nem verificaram o ticket na saída. Patético. Enfim, ao entrar no local, claro, cheio de rastas com os seus enormes dreads e vários bichos grilos tentando vender seus artesanatos. Muita gente estranha, mas afinal, isso faz parte da reggeira. A fumaceira também fez-se presente.

         As atrações do evento eram a nata do reggae mundial dos anos 90. Big Mountain, Pato Banton, Papa Winnie, Kymani Marley, Duane Sephenson, Calton Coffie (Inner Circle). O festival terminaria com a apresentação do The Wailers! Demais! Tantas atrações assim, é uma pena que o show não foi tão bem divulgado, e o público também não apareceu em peso. Os ingressos custavam sessenta reais, mas com um final de semana raro de sol em São Paulo, fica difícil competir. Mais uma vez dei uma sorte e comprei o meu por R$30,00 e sem ser de estudante! (To ficando bom nisso!)

      O festival começou com a banda de reggae local, o Expressão Reggeira. Os próprios músicos informaram que foram convidados para tocar um dia antes(!?) mas  não são nada de mais. Seguem a fórmula bem direitinha do sucesso. Músicos fanfarrões, músicas de letras simples e mensagens de paz ao estilo "positive vibration". Bem reggae.

         Tocaram ainda algumas músicas de Bob Marley, o que para o público não surtiu muito efeito, tendo em vista que o The Wailers, iriam tocar em breve. Após o término da banda, mais de uma hora foi necessário para reconfigurar o palco para o próximo show. Pensei então que com a demora tão grande como esta, o festival iria acabar lá pro meio da madrugada, o que me colocava em questão se eu iria aguentar aquela maratona reggeira. Tô ficando véio pra isso manô!

        Eis que surge então a primeira banda a se apresentar de fato. O Big Mountain. Uma banda bem ensaiada e dois vocalistas  Quino Mcwhinney e James Mcwhinney bem animados. "Baby I love you way" e The wind, foram os destaques, mas meia hora depois que o show começou a esquentar... bye bye. Pensei que teria que aturar mais uma hora e reggae tocado pelo DJ que animava o festival nos intervalos. Mas que nada em menos de dois minutos estava o Papa Winnie no palco!

              E o cara botou todo mundo pra dançar! Aproveitando a banda que havia ficado no palco (somente os vocalistas que se despediram do público) entoou junto com a platéia alguns de seus sucessos, entre eles "All of My Heart", e a clássica "Rootsie & Boopsie". Porém mais meia hora depois Papa Winnie agradeceu a platéia e partiu. Daí caiu a ficha.

              O festival na verdade estava tentando resgatar o prestígio destes artistas que há muito tempo estavam escondidos em suas casas, ou talvez participando de festivais como este mundo afora, muitos deles apenas utilizam o nome da banda que os trouxeram ao estrelato. A tal banda bem ensaiada ficou a disposição de todos eles. Entrava um e saia outro, e eles lá tocando. Parecia mais um grande karaokê do reggae.

                A meia hora seguinte ficou ao encargo do Calton Coffie, ex-vocalista do Inner Circle. E a sua meia hora de fama foi a melhor apresentada. Seus sucessos (pelo menos os refrões) estavam na ponta da língua do público. Com ele, cantaram junto a reggae-balada "Black Roses", a marca do Inner Circle "Bad Boys", a smpática "Games People Play" e a tradicionalíssima "Sweet (A la la Long). Sensacional!

                 As demais atrações, de fato de nada vieram a acrescentar, só bateram o ponto durante os seus 30 minutos. Pato Banton (Go Pato!) Kymani Marley (que usa o seu sobrenome famoso e as músicas de seu pai Bob) e Duane Stephenson (quem?) foram ótimos para dar mais corpo ao festival. Mas é claro o melhor estava ainda por vir. Ladies and Gentlemen, The Wailers.

          O show mais aguardado! Também, a sonoralidade deles era superior aos demais vocalistas decadentes e da banda apenas bem ensaiada. Eles têm um nome a zelar! E ainda contam com a presença de Aston Barrett no baixo. O último remanescente da era "Bob Marley and The Wailers". Um som limpo, nota por nota sendo tocada e sentida a cada intervalo de silêncio... não tem comparação. É demais. Este era o meu quarto show do The Wailers. O primeiro fora do Rio. Destaque entre tantas, fico com a Jamming.
        
                 Porém tudo o que é bom dura pouco. É inacreditável, mas também reservaram apenas meia hora de apresentação para a atração principal do festival, e sem direito a bis! Uma heresia e uma desconsideração com a banda de maior importância a história do reggae. Sendo assim o festival acabou as 23h. Para o carioca que estava chiando que não iria aguentar a maratona reggeira, até que fiquei "a pampa".


Serviços:
Estância Alto da Serra
Estrada Vellha de Santos Km 33 São Bernardo do Campo- SP
Tel. (11) 4101 5000
www.estanciaaltodaserra.com.br

  




1 comentário:

  1. Adorei o post!! Obrigada por fazer um relato que de uma forma ou outra me transportou p o Sunsplash e verao regueiro no Brasil.
    Janice Filipin

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