quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O primeiro atendimento do ano poderia ser um pouquinho melhor

Fachada do restaurante Ten Kai na esquina da Ruas Prudente de Moraes com Paul Redfern (fonte: seurestaurante.com.br)


        O ano mal começou e já começei a andar pelos restaurantes da cidade. O primeiro escolhido, e por acaso, foi o Ten Kai no primeiro dia do ano. O dia estava perfeito, não estava muito quente, arejado, levemente nublado com um ar melancólico. Encaixe perfeito para o primeiro dia de 2011.

        Fomos a tarde, e encontrei o Ten Kai com uma movimentação discreta, o que achei ótimo. Fomos de cara bem recebido pela hostess, que nos encaminhou para a mesa escolhida. E ali ficamos contemplando aquele ambiente moderno, com decoração bem contemporânea repleta de concreto, aço e madeira, e ali ficamos. E ficamos, e ficamos, e ficamos.... Ué ninguém vai me atender? Calma... hoje é dia primeiro de Janeiro.... 

        Bom, enfim, de repente do nada um sujeito de barba por fazer, e de roupa casual com ar de não muito limpa aparece, (o que é um crime para um restaurante como este, afinal, a aparência de quem for servir tem que ser levado em conta, e barba feita e um uniforme bem passado, é o mínimo exigido) Mal nos cumprimentou e colocou o cardápio na nossa mão e saiu correndo. "Pera ai. Ele trabalha no restaurante?" - pensei. Vi que no salão tinham um garçom, uma garçonete e um cummins. E o restaurante não esta lotado ao ponto de ser tratado assim. Cheguei a pensar que o tal sujeito barbudo era o gerente ou o caixa, ou sei lá quem do escritório que talvez estivesse cobrindo a falta de algum garçom que se esbaldou na festa de reveillon e não foi trabalhar. Minha tese ganhou força ou ver uns papéis, uma caneta e uma caixa de óculos abandonados, ao lado do sushi bar. Coisa típica de restaurante pós-meio dia. Esses gerentes teimam em não fazer tudo do escritório.

        A saga continua. Ao abrir o cardápio deixado na minha mesa, fiquei surpreso. era só de bebida. Ok, ok, ok, mas me traga o de comida por favor. O que demorou mais um tempinho depois. Finalmente, um garçom deve ter ficado com dó de mim e foi lá me entregar o de comida. Que sem dúvida é espantoso. É bem completo, várias opções, várias "assinaturas" da casa e preços também bem espantosos. No bom português, caro mesmo. As opções são tantas, que dá pra ficar em dúvida se tudo que ali escrito está no sushi bar disponível para ser degustado.

        Destaque para as entradinhas de lula com ovas de ouriço e os mini polvo temperado, que não me lembro do nome usual para isto, mas me parecem pequenos aliens. Foi solicitado um consomé de frutos do mar, mas acho que o cozinheiro estava na mesma festa do garçom e também não foi trabalhar, porque demorou muito.

        Já bem mais relaxado, independente de demoras ou atrasos, fui solicitar uma bebida típica japonesa. O Shochu. Se você achava que o Japão só sabia produzir saquê ou cerveja de arroz, então procure no Google o que é um Shochu. 

        Quando a garçonete veio me servir, constatei que a garrafa já estava gelada, então  solicitei que o gelo do copo fosse retirado. Para minha surpresa, ela estranhou muito o meu pedido, se virou e foi conversar com o tal sujeito de barba por fazer, que assim como eu, ele não sabia o que estava fazendo por ali. Num tom arrogante ele a mandou despejar o gelo na bandeija e a informou que se bebe que nem vodka. Ué meu caro, então se eu solicitar uma Grey Goose, terei que encará-la com gelo? Para mim é uma heresia! E gosto é gosto, são se discute. A vontade do cliente, idem. 

        Ao retornar para minha mesa já decidida a me servir sem gelo, ela me explicou que é servido com gelo mesmo, e que "ele" (o tal barbudo) viria a minha mesa me explicar mais sobre a bebida. Aquilo me deixou furioso! Como assim? Não estava afim de mais informações sobre a bebida. Já tinha lido tudo sobre ela no Google, e se ele tivesse lido comido, ele saberia que é para servir de acordo com o paladar pessoal, e para mim o gelo tira as propriedades da bebida de paladar, aroma e densidade. Ainda bem que ele esqueceu e não veio a minha mesa assim pude apreciar tranquilamente o meu Shochu. 

        Ao pedir a conta, outra surpresa. Fiquei esperando um bom tempo vir a máquina do Visa Electron. O garçom me informou que a casa só tinha uma e que estava sendo usada no momento. Ainda bem que eu não fui num sábado a noite daqueles. Ao me levantar cumprimentei o sushi man, que o conheço desde do falecido restaurante Z Comtemporâneo (que era do outro lado da esquina) quando trabalhávamos juntos, e gentilmente me convidou para voltar com mais calma.

        Voltarei pelo convite e pela qualidade da comida e pelo ambiente gostoso. Mas espero encontrar um serviço melhor, é o que de fato o restaurante propõe. Ao sair não resisti e dei uma olhada nos tais papéis que estavam largados sobre o sushi bar. Era a ordem de serviço para um evento a ser realizado para a revista Caras. Esses gerentes.....


Serviços:
Ten Kai
R. Prudente de Moraes, 1810 Ipanema
Tel.: 21 2540 5100

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